terça-feira, 6 de setembro de 2011

Palestra na Concessionária de Água de Campo Grande - MS ÁGUAS GUARIROBA






Pesquisa antropológica traça perfil de usuários com “gato” na rede  

Um estudo sobre os motivos que levam usuários de serviços públicos a manterem ligações clandestinas nos domicílios foi apresentado nesta manhã, 24/08, para os colaboradores da Águas Guariroba. A antropóloga Hilaine Yaccoub ministrou a palestra “Atirando o pau no gato” e apontou as conclusões de uma pesquisa antropológica, realizada no município fluminense de São Gonçalo, que buscou mapear o perfil do usuário com ligações irregulares de energia elétrica.

Para a realização da pesquisa, a antropóloga passou a viver no Bairro do Coelho – região considerada pobre em São Gonçalo (RJ) – para avaliar as ações de consumo dos moradores com “gato”, e traçar o nível de satisfação da comunidade com o serviço oferecido pela concessionária de energia elétrica. O levantamento foi realizado a convite da empresa responsável pelo serviço no município.De acordo com a pesquisadora a inserção na comunidade possibilitou a imparcialidade da população em responder questões relacionadas ao serviço.

Hilaine passou a utilizar o comércio local e a interagir com a comunidade para angariar conteúdo ao levantamento que aconteceu entre os anos de 2007 e 2008 na região que compreende cerca de 7,4 mil habitantes, conforme dados atualizados em 2005 pela prefeitura. A antropóloga conta que a companhia de energia elétrica apresentava índices de até 67% de perdas na localidade em razão dos gatos na rede. Segundo a estudiosa, diversos pontos levam ao problema dos gatos: desde questões culturais, de quem nunca pagou pelo serviço ou não prioriza o pagamento, até a falta de conhecimento que a empresa concessionária tem do perfil de seu cliente.

“A empresa também tem que ter vontade de se adaptar, de conhecer o seu cliente. Ela tem que entender suas aspirações, seus desejos, seus dramas, o que o atrapalha. Isso tem que ser absorvido pela empresa; tudo tem que ser valorizado para não competir com o mercado clandestino”, observa. Para ela não é vantajoso para as empresas investirem em tecnologia que dificulte os “gatos” sem “mudar o valor social”. E este valor social apontado pela antropóloga deve atender também os funcionários da empresa, garantindo a valorização do trabalho.

Hilaine complementa explicando que também é importante que os usuários conheçam o diferencial do produto oferecido para que todos saibam do valor agregado à qualidade do serviço. “No caso da água que chega à nossa torneira, ela é fruto de um mercado produtivo. Existem etapas e estas etapas exigem profissionais qualificados, exige estrutura da empresa, espaço físico, produtos químicos. E este tratamento é uma tecnologia”, afirma.

Fonte: divulgação interna