quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Nada pior que ganhar roupa

Essa semana foi o aniversário do filho do meu namorado. Milhões de preparativos, contratações, buffet infantil, salgadinhos, casa de festas e a organização de saquinhos surpresa – item fundamental nas festas infantis hoje em dia, mas no próximo post prometo que escreverei sobre esse mercado tão complexo e curioso.
O que mais me chamou atenção foi assistir o menino que acabara de fazer 7 anos abrir os presentes. Os pacotes foram deixados numa caixa na entrada da casa de festas. Alguns tinham nomes revelando a identidade do convidado, em outros pacotes, nada. Mistério.
Ao chegarmos em casa abrimos o grande saco de tnt para descobrir o que havia ali. Ele, empolgado, tirava os pacotes multicoloridos e começava o processo de descoberta: olhava um brinquedo, ficava feliz, queria abrir as embalagens, mas logo lembrava de uma montanha inteira de pacotes misteriosos a serem desvendados.
Assim, o presente recém descoberto perdia momentaneamente a graça e ele voltava a se empolgar para desvendar mais um grande mistério – o novo brinquedo.
Até que, na metade do processo, o rosto de felicidade deu lugar ao de frustração. No começo até tentamos animá-lo: “olha que lindo, um pijama do Ben 10”! Mas os presentes chatos foram ficando numerosos: camisetas, camisas, bermudas, conjuntinhos de malha etc. Até que surgiu um enorme porta retrato de gosto duvidoso com a palavra PRÍNCIPE em letras prateadas. Socorro.
O menino volta para a montanha de presentes bacanas que ele construíra, na verdade bem menor do que ele esperava. Chato.
Ele tenta se agarrar aos poucos presentes que de fato o animaram e procura encontrar prazer neles. Começa a brincar com os bonecos, com a moto de fricção e com a lanterna de efeitos especiais.
De forma inconsciente aquele menino de 7 anos começa a perceber que nem sempre o consumo está atrelado aa prazer, que nem todo presente é legal, e às vezes as pessoas compram presente pensando nelas e não em nós e no que gostamos.
E fica a lição para você adulto que deseja agradar uma criança e proporcionar alegria verdadeira: NUNCA DÊ ROUPA DE PRESENTE. NUNCA.