Os bancos se animam com jovens buscando créditos, mas especialista alerta que não se deve comprometer mais que 30% do salário com parcelas.
A expansão do crédito no Brasil chegou a um grupo ao mesmo tempo vulnerável e sedento por financiamento: os jovens. Eles são o novo alvo de quem oferece crédito no Brasil. Depois de formados, a maioria fica pelo menos dez anos com a conta no banco.
Vinte três anos, emprego com carteira assinada e promoção à vista. O vendedor Winner Delazari vai voando baixo ainda mais agora, de moto nova. “É a liberdade, em primeiro lugar, a liberdade e depois a economia que a moto traz”.
Mas para realizar esse "sonho de liberdade", o jovem vendedor se amarrou no financiamento. “Hoje em dia se a juventude não tiver alguma coisa para pagar, se comprometendo no mês, não consegue juntar o dinheiro, essas opções de crédito facilita bastante na hora da compra”.
Moto, carro, celular e todo tipo de tecnologia é o que eles mais querem comprar. Os jovens com idade entre 18 e 25 anos descobriram que podem pegar dinheiro no banco para começar a vida com mais conforto. Uma estudo da Serasa Experian indica que quase 20% dos empréstimos vão para um grupo de consumidores. Grande parte desse grupo é formada por universitários que trabalham para pagar a faculdade.
Em relação à juventude da Europa, vivemos o outro lado da moeda. Enquanto lá, a crise assusta os mais jovens, que não conseguem arrumar emprego. No Brasil, a carteira assinada e o otimismo com o futuro da economia encorajam.
“Nós estamos falando de pessoas que têm empregos formais, capazes de mostrar prova de residência, isso facilita o acesso ao crédito, a formalização ao crédito”, conta o presidente da Serasa Experian, Ricardo Loureiro.
As instituições financeiras se animam com os jovens buscando crédito. As pesquisas mostram que 70% continuam clientes depois do diploma, por pelo menos mais uma década.
“O jovem está, de fato, indo cada vez mais para universidade e está consumindo cada vez mais na medida em que a renda tem melhorado bastante", diz o diretor do Santander Universidades, Jamil Hannouche.
Mas para começar a vida endividado, tem um limite: 30% do salário é o máximo indicado para comprometer com parcelas. Mas para Loureiro o cenário ainda não é preocupante.
“Isso esta totalmente compatível com o nível de endividamento que estamos observando. Evidentemente que isso tem que ter acompanhamento contínuo, mas não vejo nenhuma preocupação nesse momento em relação a esse assunto”.
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2012/03/cresce-numero-de-jovens-brasileiros-que-fazem-financiamento-em-bancos.html