quinta-feira, 22 de março de 2012

Cresce número de jovens brasileiros que fazem financiamento em bancos

 Os bancos se animam com jovens buscando créditos, mas especialista alerta que não se deve comprometer mais que 30% do salário com parcelas.

A expansão do crédito no Brasil chegou a um grupo ao mesmo tempo vulnerável e sedento por financiamento: os jovens. Eles são o novo alvo de quem oferece crédito no Brasil. Depois de formados, a maioria fica pelo menos dez anos com a conta no banco.

Vinte três anos, emprego com carteira assinada e promoção à vista. O vendedor Winner Delazari vai voando baixo ainda mais agora, de moto nova. “É a liberdade, em primeiro lugar, a liberdade e depois a economia que a moto traz”.

Mas para realizar esse "sonho de liberdade", o jovem vendedor se amarrou no financiamento. “Hoje em dia se a juventude não tiver alguma coisa para pagar, se comprometendo no mês, não consegue juntar o dinheiro, essas opções de crédito facilita bastante na hora da compra”.

Moto, carro, celular e todo tipo de tecnologia é o que eles mais querem comprar. Os jovens com idade entre 18 e 25 anos descobriram que podem pegar dinheiro no banco para começar a vida com mais conforto. Uma estudo da Serasa Experian indica que quase 20% dos empréstimos vão para um grupo de consumidores. Grande parte desse grupo é formada por universitários que trabalham para pagar a faculdade.

Em relação à juventude da Europa, vivemos o outro lado da moeda. Enquanto lá, a crise assusta os mais jovens, que não conseguem arrumar emprego. No Brasil, a carteira assinada e o otimismo com o futuro da economia encorajam.

“Nós estamos falando de pessoas que têm empregos formais, capazes de mostrar prova de residência, isso facilita o acesso ao crédito, a formalização ao crédito”, conta o presidente da Serasa Experian, Ricardo Loureiro.

As instituições financeiras se animam com os jovens buscando crédito. As pesquisas mostram que 70% continuam clientes depois do diploma, por pelo menos mais uma década.

“O jovem está, de fato, indo cada vez mais para universidade e está consumindo cada vez mais na medida em que a renda tem melhorado bastante", diz o diretor do Santander Universidades, Jamil Hannouche.

Mas para começar a vida endividado, tem um limite: 30% do salário é o máximo indicado para comprometer com parcelas. Mas para Loureiro o cenário ainda não é preocupante.

“Isso esta totalmente compatível com o nível de endividamento que estamos observando. Evidentemente que isso tem que ter acompanhamento contínuo, mas não vejo nenhuma preocupação nesse momento em relação a esse assunto”.

Fonte: http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2012/03/cresce-numero-de-jovens-brasileiros-que-fazem-financiamento-em-bancos.html