quinta-feira, 28 de novembro de 2013

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Esmalte a moda acessível



Estar na moda é uma forma de se sentir incluído, de formar opinião, de pertencer a grupos e ser classificado de forma positiva em nossa sociedade.
A moda faz com que encontremos diferenciação dentro de uma massa de indivíduos, chamo atenção para o “self” e temos hoje em dia uma espécie de shopping center de estilos, que podemos simplesmente seguir, comprar, customizar, desenvolver.
Há alguns anos temos presenciado um verdadeiro movimento quanto aos esmaltes. Ele saiu da posição de invisibilidade para ser acessório de moda, como bijuterias, bolsas e sapatos. Cores tradicionais e conhecidas deram espaços para coleções, respeitando o calendário da moda, outono/inverno e primavera/verão. Dão asas à imaginação das consumidoras com nomes divertidos, engraçados, poéticos e sedutores:
HÁ HÁ HÁ
Deixa beijar
Saia Justa
Pink Vigarista
Macaquinho
Preguicinha
Dote-Armação
Lojas especializadas em esmaltes foram criadas, sim, você não procura mais uma manicure e sim uma ESMALTERIA. Preços vão de acordo com a técnica e marca do esmalte, os importados, claro, são mais caros. Dá pra usar um Channel ou um Dior sem ter que desembolsar uma pequena fortuna e ficar amarrada àquela cor “para sempre”, ou até o conteúdo do vidro terminar (o que para muitas mulheres em minhas pesquisas parece uma eternidade).
Isso faz com que haja uma outra faceta desse universo todo, há os eleitos, que são aqueles que guardam e colecionam com afeição e repetem a cor em vários momentos e ocasiões; e há aqueles que vão para o “momento desapego”, troca-se, vende-se, presenteia-se  esmaltes que gostaram menos ou simplesmente enjoaram.
O tamanho do vidro, por exemplo, é hoje uma das reclamações das consumidoras ávidas por novidades e inovação (menos para as profissionais manicures, claro). A lógica de que o vidro deve conter produto suficiente para durar, deu lugar a necessidade do vidro ser menor, para que o esmalte acabe logo e, assim, esteja livre para comprar mais.
Não que o número de esmaltes seja um empecilho na hora da compra, as mulheres estão cada vez mais apostando em coleções particulares. Como o valor é considerado barato, compram, compram e compram, para experimentar, para testar uma nova textura, seja ela  metálica, fosca, flocada… Compram por impulso e até mesmo por gostar do nome. E dentre todos esses itens a cor é o que reina absoluta. Elas buscam a cor que ninguém mais tem e para isso vale misturar, comprar pela internet, encomendar uma cor especial para as amigas que viajam para fora do país.
As blogueiras dentro esse universo todo são as grandes formadoras de opinião, além, é claro, das personagens televisivas que aguçam a curiosidade de milhares, ou milhões, de mulheres loucas para saber o esmalte que a Carolina Dieckman está usando na novela e ligam para a Central Globo em busca da tal preciosa informação.
Senhores, estamos aqui falando de uma profissionalização de um setor que explodiu: a NAIL ART. Fazer a unha deixou de ser um ato corriqueiro, rotinizado e naturalizado para entrar de vez no mundo da moda e da arte.
As unhas são hoje a EXPRESSÃO DO CORPO NA MODA e acabou “pegando” por uma série de fatores: primeiro apontaria o valor pago, considerado barato (existem marcas e segmentos mais acessíveis), dessa forma, todas podem ter e usar independente do tamanho no manequim; segundo a cor, pois chama atenção apontando para uma ludicidade e criatividade de quem usa e escolhe, agregando valor a identidade fashion da consumidora; e terceiro por ser uma prática (fazer a unha) que no Brasil está associado à higiene, cuidado, limpeza e feminilidade.
Ou seja, fazer a unha é coisa de mulher cuidada e isso todas querem e se sentem inconscientemente coagidas a ser/aparecer. É a coerção social expressa e traduzida em cores nas mãos das mulheres.

Por Hilaine Yaccoub

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Antropologia do Consumo - para entender como pensam os consumidores


No Rio, 02 a 18 dezembro, 6 encontros, 18horas, happyhour, brainstorming.
Duvida?
Vem!

domingo, 17 de novembro de 2013

Onde está o foco no cliente? Ganância por Arnaldo Bloch


Coluna do Arnaldo Bloch nos dá indícios que precisamos muitos mais para termos sucesso nos negócios. O famoso foco no cliente promovido pelo Marketing 3.0 precisa ir além das páginas dos autores, precisa chegar aos empresários, varejistas, pequenos e médios comerciantes. Será que esses não aprenderam nada com o português dono do buteco da esquina?

Pelo que parece os camelôs  levam uma grande vantagem nesse ponto, diante de tamanha disputa pelo cliente, eles sabem que precisam conquistar no braço (e no grito) seu consumidor. Produto que entrega o que de fato promete e um ótimo serviço prevalecem quando se explora os mercados informais das grandes cidades. E pra quem quiser conhecer mais esse tipo premium de serviço, pare em Botafogo na Rua Farani e compre o melhor amendoim torrado vendido pelo vendedor engravatado, sim, terno e gravata e a promessa do amendoim mais fresco da cidade. Ele promete e cumpre.


Ganância

O patrão carioca tem prazer em humilhar o cliente e dá gargalhadas de Drácula ao fechar o caixa no fim do dia

Faz poucos meses. Entrei no Cafeína de Copacabana e a atendente me ofereceu uma mesa. Trouxe o cardápio. Pedi um sanduíche de pastrami e um café duplo. Era um fim de tarde morno, sem movimento.
— O senhor desculpe, mas o pão acabou.
— Acabou? Metade do cardápio é de pão!
— Temos omeletes, quiches, tortas.
— Bom, então traz o café duplo enquanto eu penso no assunto.
— O senhor vai me desculpar de novo.
— O que foi agora, filhinha?
— Estamos temporariamente sem café.
— Mas... o nome do restaurante é Cafeína!
— Pois é. Fazer o quê?
— Sei lá. Avisar. Poupar o idiota aqui de se instalar numa cafeteria sem café. Ou fechar o estabelecimento. Pode chamar o gerente?
— Eu sou a gerente.
No Rio de hoje, com exceção de alguns pés-sujos nos quais ainda vigora uma certa honestidade, a ordem é faturar, não importa a que custo, e arrancar o sangue de quem se dispõe a gastar um pouco mais.
Por exemplo, no Bazaar do Shopping Leblon vende-se por R$ 20 uma taça de vinho cuja garrafa no supermercado custa R$ 30.
Mas isso não é o mais grave.
Para servir o vinho, o garçom usa um medidor de metal que se parece com uma guilhotina. A dose fica abaixo da metade do copo, o que seria compreensível caso se tratasse de um vinho fino num copão adequado, mas nunca de um vinho de mesa de quarta categoria num copo médio.
Considerando que o Bazaar deve estar lucrando 300% em cima do preço do fornecedor, o medidor é de uma grosseria vergonhosa.
Em qualquer birosca do Rio se serve um vinho português ou espanhol de mesa até a borda, como se faz nos cafés mais simples de Paris: aquela maneira mais franca, de taverna, de atender o visitante, como se amigo fosse.
A guilhotina do Bazaar só não é pior que as marcas de nível nos copos do Felice, estilo medidor de urina. Ou os chás sem direito a bule e servidos em xícara de café por aí. No Rio, estão regulando até água quente, bicho.
Lembro também de um novo bar de tapas em Ipanema, onde pedi um xerez, vinho espanhol de aperitivo por excelência. O rapaz nunca tinha ouvido falar. Consultou o barman, que veio me oferecer um drinque da casa à base de grenadine e violeta, ou alguma cafonice do gênero.
Chamei o gerente, que explicou que ainda estavam esperando o fornecedor entregar.
— Vocês abrem um bar espanhol sem xerez? É como um McDonald’s sem Coca-Cola.
Ou uma cafeteria sem café, recordei com meus botões, no momento em que avistei uma cucaracha na parede.
— Aproveite e frite a barata no azeite — eu disse, e saí batido. O lugar estava lotado de pessoas felizes. Naquela noite não ingeri nem água.
O pessoal gosta de dizer que no Rio o problema é o serviço. É verdade. Mas normalmente isso se compensa com uma certa amabilidade carioca, aquela confusão que fascina turistas europeus acostumados a pegar bonde às 7:13 da manhã sem um minuto de atraso. Às vezes até prefiro o serviço caótico daqui à padronização paulista, sisuda e sem personalidade.
O problema mais sério não é o serviço. É algo orgânico, que está na fonte do mal: o patrão carioca. No seu fígado ferve a ganância e o menosprezo por quem está na base do consumo.
Qualquer restaurante, no Rio, em São Paulo ou em Paris, bom ou ruim, rouba o cliente. Em São Paulo o roubo será maquiado por essa fachada de serviço, e haverá um cuidado grande em não humilhar o cliente. A diferença é que, no Rio, rouba-se e humilha-se com desfaçatez. E com alegria.
O patrão carioca não o faz só para reduzir custos e aumentar a margem. Ele tem prazer em humilhar o cliente. Sorri com cinismo diante da sua indignação. E dá gargalhadas de Drácula ao fechar o caixa no fim do dia.
Ele sabe que está protegido pela lei da oferta e da procura. Os consumidores, hipnotizados, escravizados por uma marca, um charme efêmero, um saborzinho picareta, continuarão a lotar a casa grande, como zumbis chifrudos, mansos e conformados.
E só estamos falando de restaurantes. Não de estacionamentos extorsivos que são estufas fedorentas e sem ventilação com licença vitalícia da prefeitura. Ou na carne voluntariamente podre do Zona Sul. Ou no serviço que se oferece nos transportes, fazendo o carioca refém das estranhas relações entre o poder público e as empresas de ônibus.
Ou no espetáculo enjoativo que nos está proporcionando a diretoria do Flamengo, ao cobrar R$ 250 pelos ingressos mais baratos da final da Copa do Brasil no Maracanã. A torcida do Mais Querido deveria fazer, no dia 31 de dezembro, uma passeata na Gávea que entupisse a Lagoa com cinco milhões de manifestantes e esvaziasse o Réveillon. Mas quem se importa? O jogo vai lotar e tem TV no bar.
Reestruturação das finanças? Contem outra piada. O Maracanã se transformou num pardieiro “coxinha” de conveniência. Uma variação desportiva do Vivo Rio. Onde, aliás, o público é espremido como gado para assistir a um show e o vinho fede. Ao primeiro sinal de pânico, morreriam mil por simples impossibilidade de se mover. Por ganância.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/ganancia-10791800#ixzz2kuToM5m9 
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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Nada pior que ganhar roupa

Essa semana foi o aniversário do filho do meu namorado. Milhões de preparativos, contratações, buffet infantil, salgadinhos, casa de festas e a organização de saquinhos surpresa – item fundamental nas festas infantis hoje em dia, mas no próximo post prometo que escreverei sobre esse mercado tão complexo e curioso.
O que mais me chamou atenção foi assistir o menino que acabara de fazer 7 anos abrir os presentes. Os pacotes foram deixados numa caixa na entrada da casa de festas. Alguns tinham nomes revelando a identidade do convidado, em outros pacotes, nada. Mistério.
Ao chegarmos em casa abrimos o grande saco de tnt para descobrir o que havia ali. Ele, empolgado, tirava os pacotes multicoloridos e começava o processo de descoberta: olhava um brinquedo, ficava feliz, queria abrir as embalagens, mas logo lembrava de uma montanha inteira de pacotes misteriosos a serem desvendados.
Assim, o presente recém descoberto perdia momentaneamente a graça e ele voltava a se empolgar para desvendar mais um grande mistério – o novo brinquedo.
Até que, na metade do processo, o rosto de felicidade deu lugar ao de frustração. No começo até tentamos animá-lo: “olha que lindo, um pijama do Ben 10”! Mas os presentes chatos foram ficando numerosos: camisetas, camisas, bermudas, conjuntinhos de malha etc. Até que surgiu um enorme porta retrato de gosto duvidoso com a palavra PRÍNCIPE em letras prateadas. Socorro.
O menino volta para a montanha de presentes bacanas que ele construíra, na verdade bem menor do que ele esperava. Chato.
Ele tenta se agarrar aos poucos presentes que de fato o animaram e procura encontrar prazer neles. Começa a brincar com os bonecos, com a moto de fricção e com a lanterna de efeitos especiais.
De forma inconsciente aquele menino de 7 anos começa a perceber que nem sempre o consumo está atrelado aa prazer, que nem todo presente é legal, e às vezes as pessoas compram presente pensando nelas e não em nós e no que gostamos.
E fica a lição para você adulto que deseja agradar uma criança e proporcionar alegria verdadeira: NUNCA DÊ ROUPA DE PRESENTE. NUNCA.

CultureLab in Rio

Informações culturelab.news@gmail.com

domingo, 3 de novembro de 2013

Novo curso livre Dezembro de 2013 - CULTURELAB Tendências e Consumo



Informações escreva para culturelab.news@gmail.com